Não que ele fosse feito de açúcar. Não era isso, mas era um dia especial.
Naquela manhã, ele havia passado numa loja de roupas e escolhido uns panos muito chiques. E caros. Pô, chuva agora?? Mas, tudo bem.
Atravessou a rua e foi parar num barzinho (boteco) pra tomar um café. Viu uma daquelas salsichas dentro de um pote mergulhadas em molho de tomate e resolveu comer uma, já que não comia nada desde as dez horas da manhã - era tarde, já.
Pagou e saiu. A chuva havia diminuído um pouco e ele aproveitou o momento.
Avistou, ao longe, seu destino. Caminhou até lá, sempre tomando cuidado para não se deixar molhar pelos pingos que insistiam em cair sobre os cabelos penteados cuidadosamente. Sim, a chuva havia diminuído, mas não cessado por completo. Uma garoa forte, por assim dizer.
Já próximo, enfiou as mãos nos bolsos e sacou o maço de dinheiro. Sim, dinheiro não podia faltar!
Olhou também o relógio no pulso e viu que estava dentro da hora estipulada - um atraso seria imperdoável nessas circunstâncias.
Com o coração batendo (quase saindo pela boca, pra falar a verdade) ele entrou. Conversou com o atendente e este apontou para uma máquina. Sentou-se e esperou. Logo a imagem dela apareceu na tela de cristal líqüido. Teclaram até as onze horas da noite.