Acordou um pouco irritado, mas tudo bem. A irritação aumentou um pouco na hora de tomar café, o café caiu em cima da mesa e respingou em sua calça. Com a calma que já lhe era peculiar, molhou um pedaço do pano de louça e passou na calça limpando-a.
Ele era uma pessoa extremamente calma, mas com um grande defeito: sua calma fazia com que guardasse as coisas que o irritava, ou mesmo chateava, dentro de si. E isso não é bom. De todo jeito, com as calças já limpas, foi para o trabalho ainda um pouco irritado, mas apenas reclamando das coisas como trânsito, semáforos fechados... essas coisinhas.
A gota d'água foi um garoto querendo limpar seu vidro por algumas moedas. Ele não queria que o garoto passasse aquela água suja no vidro, muito menos a esponja encharcada. Rapidamente, tudo foi ficando vermelho..... as imagens já não tinham mais nitidez. O garoto pediu uma moeda e ele se recusou a pagar, já transtornado, vermelho. O garoto insistiu apontando para uma moeda no console do carro. Eram 10 centavos. Não, ele disse simplesmente, mas não foi ouvido. Exatamente no momento que o garoto se moveu para enfiar o braço no carro e pegar a moeda, ele segurou o pescoço bem na região da traquéia, mesmo assim o garoto não parou. Os ossos da traquéia estalaram e os dedos dele entraram mais fundo, asfixiando o garoto. Abriu os dedos e empurrou o corpo para trás. Engatou a primeira e acelerou. A irritação tinha passado, o dia de trabalho foi calmo e sossegado.